sábado, 2 de maio de 2009

Escrevendo a Paz

Paz não se compra,
Paz não se vende

Paz não se acende com velas;

Paz se almeja nas favelas

E nas mansões opulentas

Paz morre nas ruas sangrentas

E ressurge em canções lentas, alegres, tristes

Paz é tema de suítes;

Paz sorri no céu estrelado

E passeia no bordado do vestido da criança

Paz caminha com a esperança;

Paz se cala nas esquinas

Onde é certeira a bala das chacinas

Paz dança com as bailarinas

E explode nas minas;

Paz nasce de repente: vem e vai com o poente;

Paz visita o doente que recebe o toque amigo de quem o trata

Paz acalenta o mendigo que alguém resgata

Paz é concreta e abstrata;

Paz chove para aliviar a seca e o pobre que espera a colheita;

Paz se levanta, se deita, se arrasta na enxurrada

Que deixa a casa alagada;

Paz se reflete no rio, ouve a prece de quem tem frio

E traz o sol que aquece;

Paz não dorme quando há fome e a vida some;

Paz perece quando a bomba desce;

Paz se deixa embalar

No colo da mãe sorridente que faz o bebê ninar

Paz é paz simplesmente:

É sempre igual, mas é diferente

É real, mas é sonho patente;

Paz acolhe o delinqüente e lhe dá dignidade

Paz não o quer à margem da sociedade

Paz não tem cor,

Mas se pinta com atitude e amor

Paz é meta da juventude

E também do ancião

Paz não quer ser breve

Paz se escreve com o coração.


Ana Claudia Bonaccorsi Dutra

4 comentários:

Anônimo disse...

A pele arrepia e o coracao palpita
Quando ao final desta poesia
Se descobre um anjo...
Ursula

Marinela disse...

"Paz se escreve com o coração"
como vc Ana Claudia, que é só coração.
Bendita seja vc que vê o coração.
Beijo, Marinela

gio assis "English Tips" disse...

Ana Cláudia, que lindo!!
Muita PAZ para todos nós!
carinho, Giovana

giovana disse...

Ana Cláudia,
Lindo! Muita PAZ para todos nós!
carinho,
Giovana